Saturday, December 29, 2007

Friday, December 28, 2007

Olha para ti, que te quer?


The Telephone

'When I was just as far as I could walk
From here today,
There was an hour
All still
When leaning with my head again a flower
I heard you talk.
Don't say I didn't, for I heard you say--
You spoke from that flower on the window sill-
Do you remember what it was you said?'

'First tell me what it was you thought you heard.'

'Having found the flower and driven a bee away,
I leaned on my head
And holding by the stalk,
I listened and I thought I caught the word--
What was it? Did you call me by my name?
Or did you say--
Someone said "Come" -- I heard it as I bowed.'

'I may have thought as much, but not aloud.'

"Well, so I came.'

Somente pela Arte Podemos Sair de Nós Mesmos


"Somente pela arte podemos sair de nós mesmos, saber o que um outro vê desse universo que não é o mesmo que o nosso e cujas paisagens permaneceriam tão desconhecidas para nós quanto as que podem existir na lua. Graças à arte, em vez de ver um único mundo, o nosso, vemo-lo multiplicar-se, e quantos artistas originais existiem tantos mundos teremos à nossa disposição, mais diferentes uns dos outros do que aqueles que rolam no infinito e, muitos séculos após se ter extinguido o foco do qual emanavam, chamasse ele Rembrandt ou Ver Meer, ainda nos enviam o seu raio especial."




Marcel Proust, in 'O Tempo Reencontrado'

The Dream

Edna St. Vincent Millay

Love, if I weep it will not matter,
And if you laugh I shall not care;
Foolish am I to think about it,
But it is good to feel you there.

Love, in my sleep I dreamed of waking,
White and awful the moonlight reached
Over the floor, and somewhere, somewhere,
There was a shutter loose,—it screeched!

Swung in the wind,
and no wind blowing!
I was afraid, and turned to you,
Put out my hand to you for comfort,
And you were gone! Cold, cold as dew,
Under my hand the moonlight lay!

Love, if you laugh I shall not care,
But if I weep it will not matter,
Ah, it is good to feel you there!

From our window


Há pessoas que, não sendo grande espingarda, mas tendo no bolso a munição especial do dito "conhecimento social", irradiam uma capacidade de atrair e de enredar as pessoas tal…que acabam por mandar grandes tiros.
Ao alto.

Mas...não.
Não gosto de armas de fogo.

Cátia

Wednesday, December 19, 2007

E uma flor que dá pelo nome de Sofia?

What Lips My Lips Have Kissed, And Where, And Why (Sonnet XLIII)

What lips my lips have kissed, and where, and why,
I have forgotten, and what arms have lain
Under my head till morning; but the rain
Is full of ghosts tonight, that tap and sigh
Upon the glass and listen for reply,
And in my heart there stirs a quiet pain
For unremembered lads that not again
Will turn to me at midnight with a cry.
Thus in winter stands the lonely tree,
Nor knows what birds have vanished one by one,
Yet knows its boughs more silent than before:
I cannot say what loves have come and gone,
I only know that summer sang in me
A little while, that in me sings no more.

Edna St. Vincent Millay

Sunday, November 18, 2007

e todos sabiam a punch line da piada menos eu...

Furibunda, ela recusou-se aceitar o simples facto: deixara-o ao abandono e roubaram.
Era um maço de cigarros e um isqueiro verde que já vivia consigo há muito tempo. Os isqueiros perdem-se tão facilmente. Mas este perdurava na missão de lhe dar luz sempre que o procurava.
Olhava pela rua abaixo iluminada pelo sol de Domingo - indiferente e distante de tudo - numa vã esperança de reaver o que perdera. Como se neste universo, olhar para trás significasse migalhas para o que se perdeu encontrar de novo o seu caminho.
E de cada vez que perdia algo, repetia-se a história e os sentimentos que acompanham esse momento. Sempre a mesma omnipotência de que nunca lhe aconteceria a ela, sempre a mesma desilusão e descrença em tudo o que resiste à efemeridade.
E o astro Brilhando nessa rua como se de uma solidão nos campos de alcatrão se tratasse e fosse naquele momento a única pessoa com uma fenda no lugar da mente.

Sunday, October 21, 2007

pedras

Cruzando o espaço numa nova empresa, desta feita, a de procurar novas energias noutros planetas, um spacecraft engineer depara-se pela primeira vez com uma cicatriz que nunca vira numa sua colega. Situava-se ao pé do lóbulo da sua orelha esquerda, junto ao colarinho de um branco impecável, dentro do fato cinzento e amarelo.
“Quando chegar à Terra, vou tentar...o que tenho eu a perder?” – pensa.
Ela dá-lhe os gradientes enumerados da análise geológica da última paragem, enquanto pensa “Tenho de contar a verdade ao chefe assim que o vir!”
Na cena seguinte há um plano geral da nave cada vez mais pequena há medida que a câmara faz um zoom out e vemos um enorme meteorito a seguir o seu caminho, em direcção à nave.

sonho I

Sai de casa e bate com o carro numa esquina de um passeio. Assarapantado, abre a porta do carro e dirige-se já em força contra o passeio. Dá-lhe um pontapé e o passeio começa a moldar-se, transformando-se na parece branca de uma casa-de-banho. Os azulejos brancos intercalam-se com os azúis e motivos náuticos. Não reconhece a casa-de-banho mas vê um elefante de marfim verde. E sabe de quem é esse elefante.
Acorda. A última imagem que retém é a de um sinal de trânsito numa esquina: beco sem saída.

A dispersão da vida

O tempo e o espaço existem para que haja movimento. O caminho que fazemos. Quando vamos até ao café para continuar o usual, o familiar, esperamos que tudo decorra como ontem, anteontem e até mais atrás. Anos foram precisos para criar esse quotidiano que fisicamente empalidece em interesse um outsider mas que dentro de nós é tudo.
Todavia, um dia acordamos e começamos esse caminho para descobrirmos que algo mudou.
Aproximamo-nos, estão lá pessoas e, no entanto, algo não está bem. Enquanto nos sentamos, esse barqueiro que se mantém fiel à barca e ao rio que atravessa entre o balcão e as mesas dirige-se a nós trazendo-nos o café. Descobrimos que os nossos sentidos não devem estar a funcionar porque o líquido sabe, realmente a... café. O gesto automático do braço impõe-nos o jornal e procuramos descortinar se nas suas parangonas nos solucionam o químico mistério do café. O jornal, com desdém e superioridade, devolve-nos o mesmo olhar estranho que lhe damos. Pesquisamos o ambiente circundante, disfarçando o enorme incómodo que se apossa lenta e insidiosamente na nossa alma. Que ninguém repare, esperamos.
Todavia, ninguém repara porque não está vivalma que pudesse saber ver-nos.
Tal como personagens numa peça (interessantíssima, suspeitamos nós) continuam os seus papéis respeitando as didascálias e as falas que sabem de antemão, ensaiadas ontem, anteontem e até mais atrás.
Situamos a cena no racional: entramos no decorrer doutra peça, falhamos a entrada hoje. Amanhã será diferente. Vamos dormir e esquecer e decerto que amanhã voltaremos a entrar no momento certo ou mesmo na nossa peça. Estará lá R a ler o jornal e a falar das sessões especiais de cinema que verá, J discutirá sempre como se fosse a primeira vez até onde a acção da nossa vontade é livre, saberemos se o trabalho sobre Montaigne de N foi bem recebido pelo professor da cadeira, da exposição ou da peça que alguém fará, das festas que estão para acontecer, C e D estarão a fumar e a falar do Bloco enquanto o joelho dele toca ao de leve a perna dela e ela a passear a sua mão pela manga da camisola dele (e quanta profundidade estará ali à nossa vista nesse pequeno passeio!) e outras participações especiais, intensas como cometas e por isso efémeras, também comporão a aguarela. Sim, é verdade, amanhã será diferente!
Inteligentemente, o leitor deste texto calculou já que o amanhã não virá. Naturalmente, lembrar-se-á de já ter ouvido aquela máxima “Não nos podemos banhar duas vezes no mesmo rio” , pois corre sempre. A personagem da história é que não se lembrou disso, não é? Incauta, ela voltou ao mesmo café. E se calhar estavam as mesmas pessoas da peça do dia anterior e ela acompanhada pelo mesmo mal-estar, incómoda sensação de estranheza. Ela é persistente e continuará a tentar ver se o seu café regressa à mesa.
E um dia acordará e não irá mais aquele café. Pensará que se lá não for não terá de se confrontar com aquele travo amargo não de cafeína mas o verdadeiro, o da tristeza, o do vazio com que se fica quando se banhou no rio da felicidade.
Vestirá indiferença durante o dia e à noite surgirá, às vezes, uma teimosa menina vestida de verde. E quando adormecer, essa menina trará encenações da nossa pequena peça de felicidade pretérita. De manhã, os sonhos adormecerão na almofada. E a personagem levantar-se-á mais cansada com os vestígios desse passado na memória do coração.
Aliás, durante algum tempo decidirá odiar e negar a importância desse café.
Assim dito, a personagem voltará a esse café em 2008. O conflito arruma-se rápido com o salto de rompante para o precipício disfarçado de coragem cega. Sorrirá timidamente para o barqueiro, com a menina dentro de si em bicos de pé para ver se ele a reconheçe. E, no sorriso dele, a personagem perceberá as saudades que tem daquele café que, não tendo o exacto sabor de outrora, contém uma especiaria interessante e nova: o sentido de tudo isto. Sairá feliz nesse dia soalheiro, verdejante pelas folhas das árvores e pelo seu brilho nos olhos. Afinal, a Primavera volta todos os anos. Durante a tarde encontrará alguém e contará o que sucedeu neste tempo todo. A sua vida continuará, plantando raízes noutros cafés que os seus pés encontrarão para descansar. Muitas das vezes, entrará na sua peça, a tempo e tudo! E noutras vezes reconhecerá a peça de outros e dar-lhes-á o devido protagonismo e ribalta.
Às cinco horas da tarde do seu septuagésimo quarto Inverno, ao lado do seu filho mais novo, pedirá um café que lhe surgirá castanho-torrado cobrindo o enegrecido sabor que espera. Pegará nele, mas já não o beberá. Numa fracção de segundo, a sua mente levá-lo-á para o primeiro de todos os cafés. O ruído, os olhares cúmplices, as saudações iniciais e as questões habituais, o café trazido à mesa e a discussão a acender-se. Cada uma das pessoas a ter de se ir embora, porque têm aulas, porque vão trabalhar, por isto ou por aquilo. E dos jogos “Logo às 7.”, dos “Até já!” ou “Bom fim-de-semana!”. E lembrar-se-á das primeiras duas vezes em que chamou o empregado e lhe disse: “O meu é descafeinado, se faz favor!”.
Os olhos brilharão um pouco mais antes da mão perder o tónus muscular e do copo cair com toda a sua força no chão entornando o seu negro conteúdo pelo tapete azulado.
Lá fora, recomeçará a chover.
Mas, por agora, permanece a sensação de que algo fica, sem saber bem o quê, e de que os nossos vazios esperam esses barqueiros que nos vão reconhecendo e às nossas peças. Hoje, ela tem outros planos. Decide tomar um chá enquanto vê um oldie na televisão. Ou mesmo começar um livro. Ainda não sabe, mas encontra-se levemente feliz.

Wednesday, September 26, 2007

Muito antes é poeta aquele que inspira do que aquele que é inspirado. Éluard, Paul

Há um mundo que lhe pertence e ao mesmo tempo parece que ela simplesmente paira. A sua presença etérea é fundamental para aquele cenário como um pilar que segura o pano de cair a meio da cena. Encontra-se distante, o olhar encontrado em algo que não vemos. E é tão familiar aquele momento. Onde o teremos visto? Quem nos terá ensinado que naquele momento qualquer acção é ilegal e que qualquer respiração mais brusca a acorda e a faz voar dali para fora? Ou vir ter connosco. E a peça aí começa mas a essência já passou. Isto não é beleza; é o Sagrado.

Nada

Em cada hora que passa devo desistir para aí umas 10, 20 vezes de algo. Um pensamento, uma acção, uma fala, uma pessoa...puff, caem que nem tordos. Não me orgulho mas deve fazer parte de uma selecção que fazemos dado o nível baixo de tolerância ao falhanço que cada um tece como uma aranha preparando o leito mortal do seu próximo companheiro. Isto é, com afinco, a teia cresce e engrossa-se e o tempo de espera alonga-se. E há aquele estúpido dia em que nos perguntamos: porque não tive calado?
O título desta grosa poderia ser algo como “como desistir a tempo de dar a impressão que foi uma decisão racional e não o peso das circunstâncias”. O lixado é mesmo cair, a cabeça ficar do tamanho de um alfinete. Caído no chão, por onde alguém passa e o calca. E onde se lê cabeça, é favor de substituir por coração.

Thursday, September 13, 2007

A Questão

Perguntaram-me de chofre "Quem és tu Maria João?".
A resposta saiu calmamente como quando nos deitamos numa onda e flutuamos no mar a olhar para o céu azul, "Hoje sou uma pessoa que bateu num carro".

Tuesday, September 4, 2007

Sem título

Estamos no que FOMOS à espera do que importe.

(Mexia, Pedro in estadocivil.blogspot.com)

De abalada

Dedicado aos ventos do sul que nos trouxeram sempre bons textos...

Estamos todos de partida mesmo sendo animais de hábitos. A rotina organiza a nossa bagagem para melhor partirmos. O amanhã pode não nos ser favorável mas a esperança assobia dentro de nós. Como naquela imagem em que Lauren Bacall antes de sair do quarto pergunta a Humphrey Bogart “You know how to whistle, don't you, Steve? You just put your lips together and... blow.

É nisto que dá não ter férias...

A cabeça já estava a mergulhar no mar, naquelas ondas, já sentia o choque daquele calor na sua pele com a temperatura da água e já sentia o ímpeto frio da barriga antes do incontornável...o primeiro mergulho para que o corpo ganhe a temperatura da água. Viria uma onda e deitar-me-ia nela de barriga para cima – não durmo assim mas na cama salgada é a minha posição favorita – e o mergulho sob aquela onda a armar-se em Tsunami e ao subir entraria água e areia e sal pelo nariz ou pela boca, e continuar em frente e oops...uma poça e nadar um pouco mais para o lado e voltar. Ao boiar, rodar o corpo como as bailarinas dos musicais dos anos 60’s em fato de banho amarelo com toucas de brilhantes e os homens de smoking e rodar outra vez e nadar mais um pouco e pés no chão. Umas algas, aliás sargaço que desinspira confiança mas que se inspira iodo...desvio-me. Aperceber-me dos outros...uns mais á frente e para ali não vou por receio do sítio onde não tenho pé e ela ainda na toalha. Chamo-a com os braços e diz-me adeus e decido que vou até lá e explico-lhe: está toda a gente na água e hoje está quente, mesmo quente. Anui e acompanha-nos e estamos 4 em roda a boiar, a boiar de barriga para baixo, play dead bill, acrobacias que não saem bem, alguém que mergulha e é prancha..uuuuui! e passado uma hora, voltar à areia, à toalha, enxaguar-nos e descansar deitados com o peso do corpo que não confronta a gravidade e a sensação de quentinho e de protecção e de que tudo está bem. E viramo-nos já a pensar que estamos secos e vou tentar a água mais um pouco antes que o sol se vá. Sim, é isso mesmo e volto num instante pois o mar já subiu e nunca nos banhamos duas vezes na mesma água. E ir buscar um gelado...calippo de limão para mim. Brincar, sorrir, os brilhos, a areia, os livros cheios de areia das nortadas.

Tuesday, August 28, 2007

4 U Mj...:)

Já tinhamos falado deste vídeo, do summertime (and the loving is easy...), dos abs do Peter Andre, da poética disto tudo (Poética? Vá: da...arte?...estética disto tudo? Isso)

Sure indeed. the summer is ending, mas isto faz lembrar a teenagehood de quase toda a gente.

Portanto, here it is.

há dias assim com letra minúscula

Tinha já telefonado a um amigo a contar da sugestão de irmos jantar a um restaurante que o EPC tinha recomendado ao pé da Figueira da Foz. E por ligação a este último fui dar a uma elegia que falava do título provisório que teria a sua nova crónica "Sete Rosas Mais Tarde". E bum...imediatamente deu-se um salto quântico até aos calabouços da biblioteca da Faculdade de Letras do Porto, em 1999, quando procurava poesia Bilingue português - alemão para melhorar o meu vocabulário na língua de Schiller. Celan foi assim encontrado por acaso.
Espero que o jantar seja bom e que a luz seja clara onde o espírito curioso de EPC se encontre.
"Mehr Licht!"

E de Paul Celan...

Conta as amêndoas,
Conta o que era amargo e te mantinha desperto,
Conta-me entre elas

no original:

Zähle die Mandeln,
zähle, was bitter war und dich wachhielt,
zähl mich dazu

I will survive...:)

Thursday, August 23, 2007

I'll be back!

"Comigo a anatomia enlouqueceu: Sou todo coração."
Maiakovski

Monday, August 6, 2007

O Eterno Outono

Nos muitos mundos possíveis que constituem aqueles que imaginamos e os que nem nos passa pela cabeça, há um grilhão muito finito: a do pensamento. Se bem que achemos que tudo pode ser concebido, basta observarmos uma conversa entre guionistas para concluirmos que ou eles são doidos ou nós nunca nos lembraríamos daquelas hipóteses.
Penso naquelas possibilidades de acção que deixo à soleira da porta; noutras que tomei já tão difíceis e das quais ninguém saberá.
Amanhã, levanto-me da cama, visto-me e saio porta fora. Ando e continuo a andar muito para além das saudades do conforto de regressar. E ainda depois disso, continuar andar. Até que um dia as minhas pegadas perfazem um rasto muito longe do ponto de partida...não me lembro das migalhas que deixei e nem elas me reconhecem já.
A questão essencial passa por perceber que mesmo que não tenhamos saído porta fora, um dia damos conta que nos encontramos muito longe de nós. Essa lonjura notar-se-á mais quando vivermos dias de maior angústia. Muito pouco nos trava o caminho de voltarmos atrás, contarmos os passos e apanharmos as migalhas...sim, regressar ao ponto em que o erro ainda não se tinha dado, a decisão ainda por tomar, o crime por cometer. Contudo, apercebemo-nos de algo extraordinariamente simples: a pessoa que cometeu o crime e a pessoa que não cometeu o crime são a mesma. E então aí, até onde é que teríamos de voltar para nos renovarmos?
Como compreendo bem as pessoas que preferem dar um salto em frente sobre o precipício; parece muito improvável que a seguir a esse precipício surja outro.

Well, another thing...

Um dos conceitos que me tem tirado a sesta está relacionado com a teoria dos conjuntos, mais especificamente, aquela parte que nos diz que também faz parte do conjunto, o subconjunto vazio das suas partes. Exemplificando, o conjunto A é composto de todos os números inteiros de 1 a 2. E não só...há o subconjunto do 1, o subconjunto do 2 e o subconjunto do nada que fica se tirarmos o 1 e o 2. Ela disse-me que foi uma inovação magistral na matemática quando descobriram isto. Imaginem o vosso corpo em subconjuntos, depois a remoção de cada uma das suas partes, restando o subconjunto do nada desse vosso corpo.
Pressinto que a Válvula Tricúspide será o subconjunto que levantará mais questões.

Thursday, July 19, 2007

As a matter of...change

Rewriting ourselves
One hand draws the other, one eye blinks to it's twin, one soul talks to it's image.
Can we actually change ourselves?
Ask your right side what he doesn't like about your left one, and try to change your other half without being unfair.
See yourself as a human, a global one. Not a fractured creature, that sees and lives, and sees and checks, pinpoints and rechecks (what he sees when he's living).
Teach yourself, bearing in mind that everything in you (right or wrong, good or bad) has the right to hear the lecture.
(of Life)

So...let God teach.
Cátia


Love is not all: It is not meat nor drink
Nor slumber nor a roof against the rain,
Nor yet a floating spar to men that sink
and rise and sink and rise and sink again.
Love cannot fill the thickened lung with breath
Nor clean the blood, nor set the fractured bone;
Yet many a man is making friends with death
even as I speak, for lack of love alone.
It well may be that in a difficult hour,
pinned down by need and moaning for release
or nagged by want past resolution's power,
I might be driven to sell your love for peace,
Or trade the memory of this night for food.
It may well be. I do not think I would.

Edna St. Vincent Millay
Cátia

Tuesday, July 17, 2007

Livros

Ora, cinco referências imediatas: Pedro Páramo, Juan Rulfo (mil delícias)

A Vida é um TPC, Jim Borgman + 2 contos: Perfeição e José Matias, Eça de Queiroz

Último Volume, Miguel Esteves Cardoso

Retrato do artista quando jovem, James Joyce

Cartas a Lucílio de Lúcio Aneu Séneca.

Para tornar isto mais interessante, um desafio lhe proponho eu, senhor Levante: cinco Obras que não tenha apreciado...e haja coragem!

Wednesday, July 11, 2007

Dia seguinte

Um homem atirou uma pedra contra o vidro da janela, colocou a mão por dentro e abriu-a. Lá dentro na divisão, com pés de ladrão, inspirou solenemente o ar, sondando espíritos profundos, invisíveis que lhe dissessem onde estava o fulgente tesouro que procurava. Assim que o encontrou, pegou nele e saiu porta fora, batendo-a com força.
O cofre que transportava era um pouco pesado e conforme caminhava, mais pesado parecia ficar como se o que continha se engrandecesse com o galgar dos montes e colinas. Ia subindo e descendo, subindo e descendo…
Reflectia agora que teria sido bom ter tido um companheiro para a viagem. Já fatigado, procurou um sítio ermo onde ficar e calmamente entrou no mundo dos sonhos e repousou… sonhou, sonhou muito e um estridente som acordou-o num rompante.
No jornal do dia seguinte, constava uma pequena notícia: ladrão encontrado a dormir com cofre ao lado.

Nos Autos

Nunca se vira coisa igual; por mais que folheassem os pergaminhos da memória ou os analistas lessem as actas do reino, o insólito dera de si. A comunidade estranhando tal mudança invectivava sobre os mensageiros que por sua vez alvitravam sobre possíveis bases de entendimento; uns devido ao tempo mais quente, outros devido à crise de meia-idade ou de juventude tardia.
Os videntes liam nos oráculos: a obra era imensa e pungente.
Numa manhã, o rei dera ordens para o esquecerem. Iria correr até chegar ao ponto mais distante que as suas pernas conseguissem alcançar e aí construiria uma torre com um enorme telescópio que propagaria as suas ordens para os habitantes e controlaria todo o desenrolar da vida do reino.
Anos, décadas passaram e fez-se a lenda. Com a excepção de um terramoto, a vida decorria com a tranquilidade natural dos reinos longínquos. Diziam que tinha sido o rei, outros que era a singela natureza.
Deu-se que, ontem, nasceu uma criança. Os videntes ao abençoá-lo sentiram uma força majestosa nesse bebé. De tal forma que não comentaram entre si por acharem que era fantasia. Mas os que se permitiram sentir e pensar, concluíram que o rei tinha conseguido e que se encontrava agora de novo no reino. Contudo, nada disseram.
Se assim fosse, o tempo que se encarregasse de ensinar ao rei que soube partir, também o melhor caminho para voltar.

Tuesday, July 3, 2007

Num café

Os momentos mais preciosos não precisam de Trésor. Ajuda mas não vamos por aí. Ontem alguém me dizia que tentava teletransportar-se. Um colega replicou que já se tinha desmaterializado um átomo. Também acredito em máquinas do tempo e em buracos-verme.
Ajuda mas não vamos por aí.

Sempre

A solidão veste-se de vários tipos de uniforme. Por vezes, milita contra as tendências minoritárias de socialização, outras navega por oceanus narcisicus e quando se metamorfoseia fica a vogar pelo vazio onde se espelha.
Espero que um dia se vista de saco de cadáver e que a fechem para sempre.
Para sempre.

Sunday, July 1, 2007

404 Error

La nave va

Hoje é dia para falar pouco. Os movimentos comandam-se a si próprios e vamos de arrastão pelo alto mar. Não se esperam grandes peixes.

Wednesday, June 27, 2007

VII

Um sapo em altercação com um jornalista replicou:
- Nós temos uma ideologia muito própria que não é acessível a mentes menos despertas.
- Confirma então as suspeitas que sobre si recaem?
- A eficácia dos nossos actos assim o dirá.
Mas quem o interpretará? Quem lhe dará o sentido que nos ilumine?
As rãs, nesse dia, convocaram uma assembleia de cariz extraordinário para agendar o plano nacional de semiótica.

VI

No corpo de um homem revelam-se as falésias do desejo em que me enlevo. Beauty is in the eye of the beholder...e a volúpia também. No caminho para a eternidade, somos agrilhoados a esse tapete mágico que quase nos mata. Não será a beleza o supremo momento de eternidade que nos é possível ter?
O olhar comanda as forças e todo o ser se desvela em atenções, cuidados e discrições. Quem opta por esta via, sabe o doloroso caminho que se segue. E porque não gritar? Estamos fartos e partimos para a revolta.
Naturalmente, acordo e o dia tão esperado mostra-me a beleza da cobardia. Se não fosse por ela não haveria ainda raça humana. Imaginem se todos fossemos a combate. Winning is easy... loosing builds character. Oscars 2007

V

Nós seres de quatro patas gostamos de ser acordados. Aliás suspeito que apenas adormecemos para isso mesmo: acordar nos olhos do outro, ver a espera, a angústia e o desenlace. A metafísica de Garfield não perturba o epicurismo da Liberdade: faz sofrer quem te apetecer. Porquê? Porque posso.

IV

O desprezo é-me muito caro. O difícil treino a que nos devotamos para o conseguir é fruto de muito ódio vivido, elaborado, magicado et voilá...pronto a servir.
Depois há que encontrar um alvo q.b.
Por enquanto, coloca-se um cartaz
“Trespassa-se”.

III

Ele olha tanto que chega a trespassar-me. Ter-me-á visto?
Pegou no copo e mais um gole.
Eu... mais um trago e outro e outro trago. Quanto menos trago...pago.

Pré-história II

Geriatria é a ciência da geringonça que nos mata.

pré-história I

Ela a mulher, ele o homem. Finalmente são escritos. A fantasia desce à pena e fica no papel. Mas e eles?
Na claridade dos dias, a dor fica ténue porque para efeitos fiscais procura-se o cartão de contribuinte do coração preso à solidão. (Dai-me cordas para saber o que romper.)
O pior da solidão não é dispender todos os recursos a peneirá-la para que não se cole à pele muito tempo, não; é a luz gritante do sol dos dias que passam que nos bronzeia com ela a prémio de exposição: aqui nas roupas, na pele, nos olhos e nos passos que ainda não dei e mesmo depois destes.

Tuesday, June 26, 2007

Sumário da lição número vinte:

It doesn't matter what we say, so far Every word is like a knife But the silence cuts you twice. Jay Jay Johanson

Um corpo para dois

No domingo, vagueava pelas escritas de grandes senhores e sentei-me ao pé de uma árvore que dava pelo nome da Psicossomática. Num dos seus galhos, lia-se "um corpo para dois".
Sorri e pensei que iria cá voltar.

Well now, Johnny-O...Was it a ghost? Was it fun?

Há imensas imagens de filmes que nos ficam na memória. O seu impacto no enredo, a sua encenação ou por outros motivos quaisquer levam-nos a querer reter aquele momento. Ora nos encontramos conscientes de tal, ora, às páginas tantas da nossa vida, essa imagem ilumina-se de novo na nossa câmara escura.
Em Vertigo (1958), Marjorie (Barbara Bel Geddes) segue Scottie para desvendar o que se passa com ele e depara-se à porta da Madeleine (Kim Novak).
Hoje lembrei-me desse pequeno momento em que no carro ela dita as palavras que intitulam este apontamento.
Desapontamento, realidade, o questionamento e dissolução de dúvidas. It wasn’t a ghost, indeed…a obsessão, tema cerne do filme também se encerra com este olhar. Personagem extraordinária que complementa genialmente a tríade protagonista. E o prosseguir na vida, com o seu carro, pela estrada fora. Menos inspirada.

Thursday, June 21, 2007

Cavalos Brancos

Os meus cavalos brancos nunca vencem uma partida. Os bispos comem-nos quase sempre ou então as fiéis torres avistam-nos no horizonte e lançam uma flecha letal sobre os Cavaleiros. Os meus cavalos brancos são variáveis que se lançam como berlindes. Por vezes ganho a partida, noutras não. Os cavalos soltam-se e não mais tornam. Resta-me o mito “My kingdom for a horse…”.
E eles o que dirão?

Saturday, June 2, 2007


E, pois, me pões no Silencio onde palavras não ditas se querem Dele arrancadas, à força, (porque voluntariamente não sairão). E tu ser pacífico (que nada forças) deixas-mas aqui dentro de mim, desde então. Pergunta e elas dir-se-ão, afasta-te e elas continuarão a nadar-me no íntimo. Com os seus pormenores…ate ao mais ínfimo.
Cátia

Estou a deixar-te ir…
Sentes-te ir com o vento, sem ninguém que te lance a mão?
Pois, sou eu quem não ta lança.
Daqui a pouco, quase…daqui a pouco, nem pensarei na comichão que tenho na mão para te agarrar.
Não te agarro.
Porque agarrada tentaram que fosse e não gostei.
Portanto, anda à vontade. Já vi, senti, o que se passa…mas a comichão persiste.
E a frustração de não a teres por mim, continua.
Não gostes de mim, não, mas…
Vai não gostar longe.

Cátia

Friday, June 1, 2007

The night of the hunter.

para a minha tartaruga

E DE REPENTE É NOITE
...
Cada um está só no coração da terra
trespassado por um raio de sol:
e de repente é noite.

Salvatore Quasimodo

Thursday, May 24, 2007

The Secret Life of Lady Gabriella - já nas bancas!

Hysteriae é, como saberá qualquer transeunte de Alguidares de Baixo, uma planta carnuda. Vermelha. Vermelhusca que ofusca o que se encontra por detrás e que a prende.
Um caule histérico naturalmente.

O nome da rosa

Há muitos anos, o meu nome era orgulho do ser que se apossava dele pois a benção da ignorância assim se cumpria que nem saco vitelino. Depois, o partir da casca do ovo, o entulho da queda e os cacos. Um salto em força para voltarmos - não ao ovo - mas ao vôo.

Sahara

Nas muitas escritas, sente-se cada vez menos o vento a percorrer as frinchas das portadas, o pó a entrar e a assentar. O rodopio das imagens-palavras é efémero e varre-se facilmente. E a casa que das nuvens parece um ácaro é já habitada por quases imorredoiros.
É favor fechar a porta quando sair.

Wednesday, May 23, 2007

Solução rápida...

Onde? Em cima do balcão? E quem me paga a fisioterapia?O meu frigorífico faz muito barulho e sou sonâmbula...e se ataco as bolachas de noite?Quem me garante que nao ataco, hein?
Opção muito pouco segura.
Especialmente quando se tem Filipinos por abrir na despensa.
Cátia

Truísmos

Ora bem, o resto da vida com psicóticos?
Só pagando.
E...e...(dedo indicador erguido _ gesticulando algo semelhante a um enrolamento à frente_ para dar mais ênfase à coisa).
Cátia

Tuesday, May 22, 2007

Natureza Morta

Ontem, entre a discussão da necessidade do ensino da gramática, o modelo generativo e o seguinte que advém de Chomsky e quejandos (se isto não estiver correcto, a autora defende-se com a premente urgência que o seu cérebro teve de colocar uma revista à frente para saber que programas iriam dar na televisão, seu meio de alienação preferido) descobri uma pérola acabada de sair da ostra e passo a partilhar.
Sucede que esse fruto que dá pelo nome de Pêra quando passa a abundância, o seu acento perde-se. Naturalmente, pensei que não seria apenas a pêra em excessos que perderia o acento - quantos de nós ainda hoje procuram voltar a esse lugar onde perderam o circunflexo da vida? adiante - e identifiquei-me logo com o fruto da pereira.
Mas sosseguem as almas: não é preciso enviar o FBI atrás do acento nem abrir um fundo beneficiário para a pêra. E porquê?
Acontece que o dito fruto só é acentuado para se distinguir da preposição arcaica "pera". Daí que sendo uma prótese, não se sente muito a falta do acento.
Será?

Monday, May 21, 2007

Blue suede shoes


Hoje, quando estava nas lojas, a dar uma volta, vi uma menina pequena (ainda com os seus caracóis “de leite”, loiro infantil e folhos nas saias) a… experimentar sapatos.
Sim, sapatos.
“Da Chicco, não?”
Não…esta miúda era muito avançada. Tinha gostos maduros....
Calçou, nem mais, nem menos, uns sapatos brancos, bicudos, de verniz, com um bocado de salto, que eram, no mínimo dos mínimos, do tamanho…37.
Nada de sapatos rasteiros redondos, com a cara da Barbie lá estampada! Isso já era.
Era óbvio (para quem queria ver) que ela queria uns que dessem para lá colocar dois ou três (ou quatro, ou cinco) dos pés dela (talvez para ficarem para o futuro). E arranjou.
Quem procura, acha (ainda para mais no Dolce Vita, que é o mundo).
E lá ia a menina toda pimpona a tocar aqueles chanatos com força no chão, enquanto eu entrava na loja. Não eram para a idade dela, mas usava-os com toda a convicção: toc, toc, toc…sou a rainha desta coisa toda…desviem-se que eu vou passar.

Que inveja me fez, uma miúda daquelas empinar-se melhor nos sapatos que eu...
Tem futuro, a garota.

Quando chegou à porta da loja, ainda a fazer a sua maratona, de sapatos novos…o alarme apitou (pois, já estava a ser bom demais para ser verdade…)
A mãe dá-se conta do erro, chega-se logo ao pé dela e tira-lhos instantaneamente (vida cruel, aquela em que as mães nos tiram o calçado que nos fica bem, só porque não é do nosso tamanho e não pagámos…)
Resultado: chorou baba e ranho.
E com justa causa chorou e berrou, eu acrescento.
Já tinha usado os sapatos, já tinha experimentado, viu que ficaram bem (óbvio que eram a forma para o seu pé) … o que é que faltava mais? Já eram como se fossem dela!
Pagar era só um pormenor. Senão vejamos: por acaso a Cinderela pagou os sapatos de Cristal (que eram de cristal) quando foi ao baile com abóboras e ratos disfarçados? Por acaso a Dorothy do Feiticeiro de Oz pagou os sapatos vermelhos de rubis (que eram de rubis) e que a bruxa andava sempre a tentar gamar?
Não pagou, pois não?
Então por que é que ela tinha de pagar estes, que nem de pele eram?
”É meuuuuuu” dizia.
E a mãe explicava que não, “são nada, filha, são da senhora!” (a “senhora” paga sempre tudo nestas ocasiões).
Deviam ter dito à cachopita (que parecia uma moça expedita e inteligente e que ia entender, com certeza) que…primeiro temos que acenar com o dinheiro à senhora da caixa para levarmos as coisas da loja (é o que a sociedade consumista nos ensina) e depois (só depois) temos de ter pé suficiente para encher o calçado (é o que a lógica adulta nos diz).
Mas não explicaram e arcaram com as consequências: a miúda continuou na sua opereta de lágrimas….
Finalmente, depois de alguns minutos: processo longo e esgotante de conversações e negociações, a miúda lá voltou descorçoada aos seus sapatos 30/28/29 (não percebo de números infantis)…redondos na frente, cor-de-rosa e sem piada…
Mas ficou sempre com os olhos postos nos outros.
Ai, estas paixões à primeira vista!
Ai, as mulheres e os sapatos!

Cheira-me que é coisa inata…

Cátia

Quem se portou mal?


Switch off the lights, please

Improvisando aqui vou eu, no rescaldo de um trabalho sobre epilepsia que me avivou os neurónios, fez com que a electricidade entre eles fosse activada e começassem-finalmente- a trabalhar (por que será que me lembrei da canção Once in a Lifetime?).
A electricidade flui nas estradas entre os neurónios a uma velocidade tal, que nao a acompanho: as respostas saem sem que eu dê conta.
Aliás, saem antes das perguntas!(Espectáculo! Estou maravilhada.)
Nem se cansem, não me perguntem nada. Apanho os pontos de interrogação, antes deles saírem das vossas ricas boquinhas.
Estou com tele-qualquer-coisa:sei porque o li algures num livro sobre parapsicologia.
Alguém quer um cérebro super rápido? Leiam o Handbook on Epilepsy...é quase um livro mágico do Harry Potter (ou de alguma personagem do âmbito da fantasia, ligado à magia: tipo Professor Bambu ou Maya_ai nao, que esses existem mesmo) que nos põe...como assistentes das nossas comunicações cerebrais.
Liguem-me à terra, se faz favor, para que o curto circuito não se dê e me ponha a falar em público o que nao deveria (queriam que especificasse, não queriam? Espertinhos), ou nem sequer penso (Marte seria uma boa colónia de férias, se pudesse levar os meus periquitos: Ringo e Lennon).
É que os dedos ja nao têm alma, ou têm mais alma agora (estou speedada, de tanta informação junta) e tudo o que digo e escrevo (aqui assino por baixo), nada tem a ver comigo.

Reafirmo a minha inimputabilidade nestas ocasiões.

Quaisquer piadolas, asneiras, coisas sérias e considerações não fui eu...foi o meu subconsciente que perdeu a vergonha, veio ao de cima empurrou o consciente para a cama (onde ele descansa mas continua a pensar) e diverte-se a brincar com o joystick da minha cabeça.:)

Estou boa, estou...


Prometo para a próxima escrever algo mais profundo.
Quando o Apagão se der na minha cabeça...;)
...quem desligou as luzes???

Cátia

Wednesday, May 16, 2007

Dial M for Murder

Outrora, a senhora morte era um ser respeitadíssimo. Falava-se dela quando se deslocava a visitar os nossos conhecidos, visita essa letal, na maioria das vezes. Os discursos eram prova do seu pedestal.
Nos nossos dias, a morte é algo visivelmente distante, banalizado pela guerra, pelo espectáculo das imagens e pelo nosso canibalismo voyeur em saciar o seu instinto.
Mas como amanhecerá o dia em que cessaremos de existir? Estaremos já no local aguardando por ela? Ou, por outro lado, será um dia normal como o de hoje?
A questão suprema sentar-se-á à nossa mesa-de-cabeceira e olhar-nos-á arrepiante: a tua existência cumpriu-se inteira e pura.
Sinceramente falando apenas, ás vezes, nos intervalos.
MJ

Barton Fink

A melhor forma de escrevermos bem é nunca chegar a fazê-lo. Conversando com o texto ele responde-nos conforme o seu estado de humor. Mas que nunca o humanizemos pois sai porta fora como o homem a quem lhe negam um abrir a porta e a chuva a cair e ela também não aparece à janela e a chuva caindo e não diz nada pelo telemóvel e caindo parece engrossar-se nos seus caracóis e é ela, o que diz a mensagem ah que já está td bem e que voltou p ele e obrigada por tudo smile. O caminho todo a chover e as pernas a irem tão curtas para o caminho que galgavam e já a chuva marchava rápido sobre a fronte, a boca, uma gota cai no pescoço e agora obrigada por tudo.
Eu ali quedado.
A chuva não.
Ela já sabia, por isso, caía.
MJ

Thursday, May 10, 2007

Começo

Duas moças juntam-se para fazer uma brainstorm jeitosa; daquelas que criam nuvens de fumo no topo da cabeça de quem (de qualquer um, sem discriminação e distinção) as lê.
Nunca teve uma nuvem de fumo? Relaxe: logo, logo terá...
Aguarde, será uma coisa nunca antes vista!
Só aqui, no sítio do costume.
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No site...claro.
Havia de ser em nossa casa, não?
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Assinado:
MJ e CS