Thursday, May 24, 2007

The Secret Life of Lady Gabriella - já nas bancas!

Hysteriae é, como saberá qualquer transeunte de Alguidares de Baixo, uma planta carnuda. Vermelha. Vermelhusca que ofusca o que se encontra por detrás e que a prende.
Um caule histérico naturalmente.

O nome da rosa

Há muitos anos, o meu nome era orgulho do ser que se apossava dele pois a benção da ignorância assim se cumpria que nem saco vitelino. Depois, o partir da casca do ovo, o entulho da queda e os cacos. Um salto em força para voltarmos - não ao ovo - mas ao vôo.

Sahara

Nas muitas escritas, sente-se cada vez menos o vento a percorrer as frinchas das portadas, o pó a entrar e a assentar. O rodopio das imagens-palavras é efémero e varre-se facilmente. E a casa que das nuvens parece um ácaro é já habitada por quases imorredoiros.
É favor fechar a porta quando sair.

Wednesday, May 23, 2007

Solução rápida...

Onde? Em cima do balcão? E quem me paga a fisioterapia?O meu frigorífico faz muito barulho e sou sonâmbula...e se ataco as bolachas de noite?Quem me garante que nao ataco, hein?
Opção muito pouco segura.
Especialmente quando se tem Filipinos por abrir na despensa.
Cátia

Truísmos

Ora bem, o resto da vida com psicóticos?
Só pagando.
E...e...(dedo indicador erguido _ gesticulando algo semelhante a um enrolamento à frente_ para dar mais ênfase à coisa).
Cátia

Tuesday, May 22, 2007

Natureza Morta

Ontem, entre a discussão da necessidade do ensino da gramática, o modelo generativo e o seguinte que advém de Chomsky e quejandos (se isto não estiver correcto, a autora defende-se com a premente urgência que o seu cérebro teve de colocar uma revista à frente para saber que programas iriam dar na televisão, seu meio de alienação preferido) descobri uma pérola acabada de sair da ostra e passo a partilhar.
Sucede que esse fruto que dá pelo nome de Pêra quando passa a abundância, o seu acento perde-se. Naturalmente, pensei que não seria apenas a pêra em excessos que perderia o acento - quantos de nós ainda hoje procuram voltar a esse lugar onde perderam o circunflexo da vida? adiante - e identifiquei-me logo com o fruto da pereira.
Mas sosseguem as almas: não é preciso enviar o FBI atrás do acento nem abrir um fundo beneficiário para a pêra. E porquê?
Acontece que o dito fruto só é acentuado para se distinguir da preposição arcaica "pera". Daí que sendo uma prótese, não se sente muito a falta do acento.
Será?

Monday, May 21, 2007

Blue suede shoes


Hoje, quando estava nas lojas, a dar uma volta, vi uma menina pequena (ainda com os seus caracóis “de leite”, loiro infantil e folhos nas saias) a… experimentar sapatos.
Sim, sapatos.
“Da Chicco, não?”
Não…esta miúda era muito avançada. Tinha gostos maduros....
Calçou, nem mais, nem menos, uns sapatos brancos, bicudos, de verniz, com um bocado de salto, que eram, no mínimo dos mínimos, do tamanho…37.
Nada de sapatos rasteiros redondos, com a cara da Barbie lá estampada! Isso já era.
Era óbvio (para quem queria ver) que ela queria uns que dessem para lá colocar dois ou três (ou quatro, ou cinco) dos pés dela (talvez para ficarem para o futuro). E arranjou.
Quem procura, acha (ainda para mais no Dolce Vita, que é o mundo).
E lá ia a menina toda pimpona a tocar aqueles chanatos com força no chão, enquanto eu entrava na loja. Não eram para a idade dela, mas usava-os com toda a convicção: toc, toc, toc…sou a rainha desta coisa toda…desviem-se que eu vou passar.

Que inveja me fez, uma miúda daquelas empinar-se melhor nos sapatos que eu...
Tem futuro, a garota.

Quando chegou à porta da loja, ainda a fazer a sua maratona, de sapatos novos…o alarme apitou (pois, já estava a ser bom demais para ser verdade…)
A mãe dá-se conta do erro, chega-se logo ao pé dela e tira-lhos instantaneamente (vida cruel, aquela em que as mães nos tiram o calçado que nos fica bem, só porque não é do nosso tamanho e não pagámos…)
Resultado: chorou baba e ranho.
E com justa causa chorou e berrou, eu acrescento.
Já tinha usado os sapatos, já tinha experimentado, viu que ficaram bem (óbvio que eram a forma para o seu pé) … o que é que faltava mais? Já eram como se fossem dela!
Pagar era só um pormenor. Senão vejamos: por acaso a Cinderela pagou os sapatos de Cristal (que eram de cristal) quando foi ao baile com abóboras e ratos disfarçados? Por acaso a Dorothy do Feiticeiro de Oz pagou os sapatos vermelhos de rubis (que eram de rubis) e que a bruxa andava sempre a tentar gamar?
Não pagou, pois não?
Então por que é que ela tinha de pagar estes, que nem de pele eram?
”É meuuuuuu” dizia.
E a mãe explicava que não, “são nada, filha, são da senhora!” (a “senhora” paga sempre tudo nestas ocasiões).
Deviam ter dito à cachopita (que parecia uma moça expedita e inteligente e que ia entender, com certeza) que…primeiro temos que acenar com o dinheiro à senhora da caixa para levarmos as coisas da loja (é o que a sociedade consumista nos ensina) e depois (só depois) temos de ter pé suficiente para encher o calçado (é o que a lógica adulta nos diz).
Mas não explicaram e arcaram com as consequências: a miúda continuou na sua opereta de lágrimas….
Finalmente, depois de alguns minutos: processo longo e esgotante de conversações e negociações, a miúda lá voltou descorçoada aos seus sapatos 30/28/29 (não percebo de números infantis)…redondos na frente, cor-de-rosa e sem piada…
Mas ficou sempre com os olhos postos nos outros.
Ai, estas paixões à primeira vista!
Ai, as mulheres e os sapatos!

Cheira-me que é coisa inata…

Cátia

Quem se portou mal?


Switch off the lights, please

Improvisando aqui vou eu, no rescaldo de um trabalho sobre epilepsia que me avivou os neurónios, fez com que a electricidade entre eles fosse activada e começassem-finalmente- a trabalhar (por que será que me lembrei da canção Once in a Lifetime?).
A electricidade flui nas estradas entre os neurónios a uma velocidade tal, que nao a acompanho: as respostas saem sem que eu dê conta.
Aliás, saem antes das perguntas!(Espectáculo! Estou maravilhada.)
Nem se cansem, não me perguntem nada. Apanho os pontos de interrogação, antes deles saírem das vossas ricas boquinhas.
Estou com tele-qualquer-coisa:sei porque o li algures num livro sobre parapsicologia.
Alguém quer um cérebro super rápido? Leiam o Handbook on Epilepsy...é quase um livro mágico do Harry Potter (ou de alguma personagem do âmbito da fantasia, ligado à magia: tipo Professor Bambu ou Maya_ai nao, que esses existem mesmo) que nos põe...como assistentes das nossas comunicações cerebrais.
Liguem-me à terra, se faz favor, para que o curto circuito não se dê e me ponha a falar em público o que nao deveria (queriam que especificasse, não queriam? Espertinhos), ou nem sequer penso (Marte seria uma boa colónia de férias, se pudesse levar os meus periquitos: Ringo e Lennon).
É que os dedos ja nao têm alma, ou têm mais alma agora (estou speedada, de tanta informação junta) e tudo o que digo e escrevo (aqui assino por baixo), nada tem a ver comigo.

Reafirmo a minha inimputabilidade nestas ocasiões.

Quaisquer piadolas, asneiras, coisas sérias e considerações não fui eu...foi o meu subconsciente que perdeu a vergonha, veio ao de cima empurrou o consciente para a cama (onde ele descansa mas continua a pensar) e diverte-se a brincar com o joystick da minha cabeça.:)

Estou boa, estou...


Prometo para a próxima escrever algo mais profundo.
Quando o Apagão se der na minha cabeça...;)
...quem desligou as luzes???

Cátia

Wednesday, May 16, 2007

Dial M for Murder

Outrora, a senhora morte era um ser respeitadíssimo. Falava-se dela quando se deslocava a visitar os nossos conhecidos, visita essa letal, na maioria das vezes. Os discursos eram prova do seu pedestal.
Nos nossos dias, a morte é algo visivelmente distante, banalizado pela guerra, pelo espectáculo das imagens e pelo nosso canibalismo voyeur em saciar o seu instinto.
Mas como amanhecerá o dia em que cessaremos de existir? Estaremos já no local aguardando por ela? Ou, por outro lado, será um dia normal como o de hoje?
A questão suprema sentar-se-á à nossa mesa-de-cabeceira e olhar-nos-á arrepiante: a tua existência cumpriu-se inteira e pura.
Sinceramente falando apenas, ás vezes, nos intervalos.
MJ

Barton Fink

A melhor forma de escrevermos bem é nunca chegar a fazê-lo. Conversando com o texto ele responde-nos conforme o seu estado de humor. Mas que nunca o humanizemos pois sai porta fora como o homem a quem lhe negam um abrir a porta e a chuva a cair e ela também não aparece à janela e a chuva caindo e não diz nada pelo telemóvel e caindo parece engrossar-se nos seus caracóis e é ela, o que diz a mensagem ah que já está td bem e que voltou p ele e obrigada por tudo smile. O caminho todo a chover e as pernas a irem tão curtas para o caminho que galgavam e já a chuva marchava rápido sobre a fronte, a boca, uma gota cai no pescoço e agora obrigada por tudo.
Eu ali quedado.
A chuva não.
Ela já sabia, por isso, caía.
MJ

Thursday, May 10, 2007

Começo

Duas moças juntam-se para fazer uma brainstorm jeitosa; daquelas que criam nuvens de fumo no topo da cabeça de quem (de qualquer um, sem discriminação e distinção) as lê.
Nunca teve uma nuvem de fumo? Relaxe: logo, logo terá...
Aguarde, será uma coisa nunca antes vista!
Só aqui, no sítio do costume.
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No site...claro.
Havia de ser em nossa casa, não?
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Assinado:
MJ e CS