Monday, December 6, 2010



I think she's the saddest girl to ever hold a martini.

Sunday, December 5, 2010



Friday, December 3, 2010

Quando se gosta de ler uma amiga.

E quando se lêem palavras de quem está na distancia do silencio e no meio dos dias que se ocupam sem lhes pedirmos, há palavras que aproximam.
Saudade, é uma palavra que aproxima.
Saudades, aproximam muito mais. Porque, tipo...é o plural.

Sofia

Tuesday, November 30, 2010

Palavras

Alexandre O'Neill
Há palavras que nos beijam
Como se tivessem boca,
Palavras de amor, de esperança,
De imenso amor, de esperança louca.

Palavras nuas que beijas
Quando a noite perde o rosto,
Palavras que se recusam
Aos muros do teu desgosto.

De repente coloridas
Entre palavras sem cor,
Esperadas, inesperadas
Como a poesia ou o amor.

(O nome de quem se ama
Letra a letra revelado
No mármore distraído,
No papel abandonado)

Palavras que nos transportam
Aonde a noite é mais forte,
Ao silêncio dos amantes
Abraçados contra a morte.


Sunday, November 14, 2010

Naquela sala...

À porta, com convicção, abeirei-me da anfitriã, da senhora que tinha preparado o magnífico pasto que se avizinhava para aquele almoço de amigos da família. Concentrei toda a minha atenção, para alimentar a conversa mais não seja escutando-a, com genuíno interesse.
Ao seu lado, uma amiga sua, de Lisboa – eu não sou de Lisboa, por isso, se há geografia em Portugal importante é o do reconhecimento imediato se se é da capital ou não deste país. Mais atenção com interacção na conversa, aproveitando o sol nas costas, até que o cigarro da segunda pessoa se esfumasse. Falou-se de um gato lindíssimo que passeava pelas escadas, as viagens que a anfitriã tinha feito.
Quando o cigarro acabou, dei um passo em frente em direcção ao cocktail. Mais um conhecido a quem cumprimento com algum à vontade, duas ou três palavras e apresentar-me a outro estrangiro próximo da minha faixa etária. Este estrangeiro encontrava-se acompanhado de dois rapazes a quem atribuí a competência da conversa e do bem receber, apercebendo-me logo que a minha presença pouco ou nada contribuiria para o clima deste grupo. O tempo suficiente para ali estar sem que a minha fuga causasse qualquer desconforto.
Antes mesmo de entrar na casa, o meu olhar, espero que discretamente, tinha feito já um “raid” à mesinha de digestivos e entradas. É agora que me dirijo até à mesa.
Cumprimento o casal mais velho. Em idade, sabedoria e experiência. Sempre me foi inculcado que as pessoas mais experientes neste ofício de viver, privilegiam o público para as suas histórias e de preferência público jovem. Para mim, faz-me todo o sentido.
Alguém questiona se eu e outro colega de convívio ali presente éramos irmãos. Pelo olhar azul claro de ambos.
Os meus olhos foram inúmeras vezes interpelados para este tipo de conversação, ou seja, nada de mais pensei eu, visto que a humanidade desde cedo deu palco aos meus órgãos visuais. Mas irmanarem-me com uma pessoa pelo olhar, já há muito tempo que não o faziam, se alguma vez tal aconteceu.
Eu sou irmã de uns olhos morenos, lindíssimos e inteligentes, cheios de vida. A minha reacção instintiva foi de repôr a verdade logo ali, acompanhado sempre de um sorriso. Ainda assim dar razao ao meu simpático interlocutor, “somos irmãos de coimbra” e coimbra como todos nós sabemos tem milhões de irmãos espalhados de norte a sul e ilhas por esse Portugal imenso.
Cheguei-me ao pé da senhora mais distante, maria da prudência. Nunca gostou do seu nome, e no Algarve chamavam-lhe de Prudinha se a memoria não me falha. Imaginei logo o fardo de viver sobre o signo da prudência acompanhada da virtude, ainda para mais mulher. Vestia de preto e eu sabia porquê. O marido levanta-se, o anfirião apresenta-me as bebidas que acompanho com gosto para ganhar espaço naquele grupo da mesa, média de idade 55-65 anos. Viagens, anedotas, visitas a itália, ouvir histórias. Rir, sorrir, dizer uma ou duas coisas a puxar pela piada – sempre achei que era pelo sentido de humor que ganhávamos espaço merecidamente – e que me perdoavam pela idade jovem ou por outro qualquer motivo puramente ambiental.
Tentei fazer com que a senhora prudência se sentisse integrada na conversa mas ela não tomava esse meu olhar de convite, de forma participativa, como que resignada pelo cansaço das suas pernas e o conforto daquela cadeira e de toda a situação, o de dar espaço ao marido.
É um ganho narcísico sempre que estou em convivios com homens maduros. Por motivos muito variados, é importante sentir-me bem acompanhada e conseguir conversar com eles. Muito mais do que com gente da minha idade, com amigos, não sinto necessidade de demonstrar dotes de argumentação. Consigo mesmo estar calada, silenciosa, observadora do que se passa dentro de mim.
Na seguinte cena, temos uma mesa “dos mais jovens”. Os meus cuidados, priorizam-se por não beber álcool por me encontrar na presença de uma pessoa em recuperação do alcoolismo, intervir pouco visto que o tema dominante seria a música e os meus colegas de mesa serem versados nessa área e mandar uma ou outra piada inteligente.
É uma mesa mais calma.
Os anfitriões vinham de vez em quando da sua mesa para a nossa e aí dar a máxima atenção.
O que levo deste almoço das 13h até às 21h da noite, é o cuidado, a atenção, a delicadeza destas pessoas.
Saber receber é uma arte, neste caso, saber receber as pessoas dentro da nossa casa e dentro de nós. E a questão que ficou no íntimo é sinceramente como retribuir o muito que nos ficou cá dentro destes momentos.
O sentimento de gratidão é diferente do sentimento de dívida. Na dívida, damos voltas à cabeça com o “tenho de ligar, tenho de oferecer um presente, tenho de mandar um postal”. É algo do género, tenho de recompensar.
Quando nos sentimos verdadeiramente gratos, é uma emoção que nos transcende, que sentimos dentro de nós um imperativo, o de devolver a outras pessoas, às próximas gerações, o que recebemos. Não é um retorno ao passado, mas um caminho para o futuro. E um calor dentro de nós, daqueles junto ao mais íntimo de nós.
p.s. os anfitriões ensinaram-me que é pelo balanço entre dois papéis que se abre as portas de uma casa; pelo low-profile, um cuidado personalizado a cada um dos convivas, sem grande show-off; e pelo contar de uma história, personalizada com pormenores deixando para o fim, uma punchline do melhor.
E tratando as pessoas logo por tu, como se fossem da casa, quando o são mesmo.

Monday, November 8, 2010

Wednesday, November 3, 2010

pãozinho de açúcar

quando acordei, a melhor coisa foi passado três horas lembrar-me que nos meus sonhos eu conseguia comer um pãozinho de açúcar.
Nunca gostei da solidão. Nem de horas em que vou estar só sem qualquer outra opção.
Soa-me a castigo, a falha.

Sunday, October 31, 2010

Linda ilusoria

O horizonte é uma linha ilusória, é sim senhora... e como boa ilusao engana bem. De tal maneira que parece que há uma divisao material entre o Céu e a Terra, um sitio para onde ir, uma linha onde andar entre o sitio humano e o sitio do Sol.

E por mais que pensemos que aquilo é efeito de optica, o nossos olhos insistem que está lá.O sitio, o futuro, o Céu mais próximo que nunca. A linha que queremos atingir.

O futuro nao é um ponto. É uma linha.

Ilusoria sim, mas saída dos nossos olhos.

Monday, October 25, 2010

Cristina, esses olhos fuzilantes...

ponderava miss mags sobre o engenho e argúcia necessários ao crime enquanto o tique taque do coração bombeava "acabei de conhecer a mulher mais bela do mundo"
és tu a assassina, não me enganas com esse sorriso
"acabei de conhecer a mulher mais bela do mundo"

"acabei de conhecer a mulher mais bela do mundo"

"acabei de conhecer a mulher mais bela do mundo"

rakkaus

Rakkaus: vallankumous ihmisessä.

Love: a revolution within man.

Eeva Kilpi

Friday, October 8, 2010

A Opinião Alheia

Na realidade, o valor e a preocupação constante que atribuímos à opinião alheia ultrapassam, em regra, quase todo o objectivo ponderado, de modo que ela pode ser vista como uma espécie de mania generalizada ou, antes, inata.
Em tudo o que fazemos ou deixamos de fazer, levamos em consideração a opinião alheia quase antes de qualquer outra coisa, e se fizermos uma análise precisa veremos que dessa preocupação nasce praticamente a metade de todas as aflições e de todos os temores sentidos por nós. Pois a opinião alheia é a origem de todo o nosso amor próprio - muitas vezes magoado por ter uma sensibilidade doentia -, de todas as nossas vaidades e pretensões, bem como de nosso fausto e de nossa presunção.

Arthur Schopenhauer, in 'A Arte de Insultar'

Thursday, October 7, 2010

so true

61 uplifting ideas without botox

http://www.dumblittleman.com/2010/09/61-ways-to-find-inspiration-when-youre.html

cérémonie

ce peu de règle sur quoi repose la cérémonie : le rite./ Cérémonie = disposition de régulation ; dans l'ordre affectif [.]. / La cérémonie (par exemple, l'anniversaire) protège comme une maison : quelque chose qui permet d'habiter le sentiment » R. Barthes

para o leitor

Para o leitor, o texto literário é um objecto impregnado de uma radical e fascinante alteridade. A sedução obscura da palavra poética, a intimidade do espaço de cumplicidade e enigma instaurado pelo exercício da interpretação, a submissão orgânica da leitura a uma ciclicidade que nela faz alternar os períodos de excitação, fulgor e cansaço, conferem à leitura do texto literário os contornos de um processo de investimento do desejo. A aprendizagem e o desafio da leitura literária podem constituir uma espécie de “ars amandi” de um sujeito sempre fazendo-se assimptoticamente como leitor, no exercício de uma tendência, sempre aquém da plenitude que o seu objecto, misteriosamente, exibe e sonega.

Bourdieu dizia: “Os livros mais activos são os que agem de inconsciente para inconsciente”.

[ aconselho a leitura deste artigo http://www.fcsh.unl.pt/invest/edtl/verbetes/D/desejo.htm

whatever

Discredited 14 psychological treatments:angel therapy, use
of pyramid structures, orgone therapy,crystal healing,past lives
therapy,future lives therapy,treatments for post-traumatic stressdisorder(PTSD)caused by alien abduction,rebirthing therapies,
color therapy,primal scream,chiropractic manipulation,thought
field therapy,standard prefrontal lobotomy& aroma therapy.www.omnibehavioralhealth.com/pdf/delphi_poll.pdf

music

diva amor errante

http://www.youtube.com/watch?v=QnVO_9UWxso&feature=youtu.be
Se você encontrar uma porta à sua frente,

Você pode abri-la ou não,

se você abrir a porta, você pode ou não,

entrar em uma nova sala.

Para entrar você vai ter que vencer a dúvida, o titubeio ou o medo.

Se você entrar,

você dá um grande passo : nesta sala, vive-se.

A vida não é rigorosa, ela propicia erros e acertos.

Os erros podem ser transformados em acertos quando com eles se aprende.

Não existe a segurança do acerto eterno.

Mas a vida pode ser também dura e severa.

Se você não ultrapassar a porta,

você terá sempre essa mesma porta pela frente.

Evolução é a seqüência natural das portas abertas.

(Içami Tiba )
Unemployment meaning no work,

Means no income and esteem in danger.



Unemployment in the mind,

Means no productivity in thought.



Unemployment in the heart,

Means a heart not working for the world.



joseph wardy

fun



if facebook existed years ago

http://www.hotsynch.com/funny/fb.html?ref=nf

music

jeff buckley in here

http://www.youtube.com/watch?v=OJSq4I61zUo&NR=1

i saw it in Berlin Berlin





Eine Matinée bei Liszt, a painting (119 x 167 cm) of Franz Liszt playing in a Parisian salon a grand piano by Conrad Graf , who commissioned the painting; on the piano is a bust of Ludwig van Beethoven by Anton Dietrich; the imagined gathering shows seated Alexandre Dumas (père), George Sand, Franz Liszt, Marie d'Agoult; standing Hector Berlioz or Victor Hugo, Niccolò Paganini, Gioachino Rossini; a portrait of Byron on the wall and a statue of Joan of Arc on the far left.

smart ass!

in here Ted talks - economics

http://www.youtube.com/watch?v=OJSq4I61zUo&NR=1

music

The Smiths

http://www.youtube.com/watch?v=INgXzChwipY

fun

http://alphadesigner.com/project-mapping-stereotypes.html
por instantes, o olhar dele fez-me um freeze frame!


Tuesday, October 5, 2010

2 de setembro de 2003

A: sim. Começamos. Não sabes e eu vou embora.
B: tá!mas, eu quero que tu vás?
A: não, claro que não. Senão para quê que eu ia embora?
B: podias ir devido às falhas de luz.
A: não, não e não. Lembra-te. Tu sabes coisas.
B: pois é, foi como quando tu vieste ter comigo por causa do vestido e depois…ah, tu vais embora por causa do vestido, não é? Tava sujo. É uma discussão doméstica.
A: lembras-te da bicicleta?
B: quando caíste?
A: não, quando fui contra o muro.
B: bate-me
A: o què?
B: bate-me já e agora
A: não, não
B: bate-me, bate-me, bate-me.
A: dá-me o vestido.
B: para quê?
A: porque quero tomar chá.
B: porque te queres ir embora não to dou.
A: não porque tu não me bateste.
B: não. Fodeste a bicicleta e rasgaste o vestido.
A: depois do black out digo-te que não vás.
(black out)

18 de setembro de 2003

A: o que é que pensas que eu sou?
B: eu venho cá por causa do cão.
A: outra vez a mesma desculpa?
B: agora è a sèrio. Ele andou a destruir as magnólias do meu jardim e isto assim não pode ser
A: porque carga de água é que hei-de acreditar em ti?hoje já vieste aqui dizer o mesmo quatro vezes?
B: e tu não fazes nada. Posso matá-lo?
A: mas quem pensas tu que eu sou? Se continuas a importunar-me com as tuas cretinices pego no telefone e falo com a tua mãe!ouviste? e deixa o cão for a do assunto!
B: falo com a minha mãe e quÊ? Ela vem cá tratar-te do cão é ? até já pensei no plano: primeiro lanço um pouco de veneno ele fica atordoado, depois chego com uma pázinha vermelha que tu me ofereceste há muito tempo e TAU!!! Adeus cão. E nunca mais te incomodo, ouviste?
A: tu és meu sobrinho e se não fosses tão idiota, não precisavas de levar tanta porrada.

Friday, October 1, 2010



Tuesday, August 24, 2010

Friday, August 20, 2010

Monday, August 9, 2010


Encontrei o meu passado teatral neste fóssil de ms 95!oh joy!o atelier c joão mota,as provas d interpretação,as lições de escrita criativa!i'm ali-ve,ALIIIVE!

Thursday, August 5, 2010

dog days are over florence and the machine

Happiness hit her like a train on a track
Coming towards her stuck still no turning back
She hid around corners and she hid under beds
She killed it with kisses and from it she fled
With every bubble she sank with her drink
And washed it away down the kitchen sink

The dog days are over
The dog days are done
The horses are coming
So you better run

Run fast for your mother, run fast for your father
Run for your children, for your sisters and brothers
Leave all your love and your longing behind
You cant carry it with you if you want to survive

The dog days are over
The dog days are done
Can you hear the horses?
Because here they come

And I never wanted anything from you
Except everything you had and what was left after that too, oh
Happiness hit her like a bullet in the head
Struck from a great height by someone who should know better than that

The dog days are over
The dog days are done
Can you hear the horses?
Because here they come

Run fast for your mother, run fast for your father
Run for your children, for your sisters and brothers
Leave all your loving, your loving behind
You cant carry it with you if you want to survive

The dog days are over
The dog days are done
Can you hear the horses?
Because here they come

The dog days are over
The dog days are done
The horses are coming
So you better run
EXPLICAÇÃO DA ETERNIDADE

devagar, o tempo transforma tudo em tempo.
...o ódio transforma-se em tempo, o amor
transforma-se em tempo, a dor transforma-se
em tempo.

os assuntos que julgámos mais profundos,
mais impossíveis, mais permanentes e imutáveis,
transformam-se devagar em tempo.

por si só, o tempo não é nada.
a idade de nada é nada.
a eternidade não existe.
no entanto, a eternidade existe.

os instantes dos teus olhos parados sobre mim eram eternos.
os instantes do teu sorriso eram eternos.
os instantes do teu corpo de luz eram eternos.

foste eterna até ao fim.

Monday, August 2, 2010



Sunday, July 11, 2010



Tuesday, July 6, 2010



Tuesday, June 15, 2010



Monday, June 14, 2010

Monday, April 19, 2010

Pedro e Inês


Que mais dizer?

Ai, flores, ai, flores do verde pino

Ai, flores, ai, flores do verde pino




--- Ai, flores, ai, flores do verde pino,

se sabedes novas do meu amigo?

Ai, Deus, e u é?



Ai, flores, ai, flores do verde ramo,

se sabedes novas do meu amado?

Ai, Deus, e u é?



Se sabedes novas do meu amigo,

aquel que mentiu do que pôs comigo?

Ai, Deus, e u é?



Se sabedes novas do meu amado,

aquel que mentiu do que mi à jurado?

Ai, Deus, e u é?



--- Vós me preguntades polo vosso amigo?

E eu ben vos digo que é sano e vivo.

Ai, Deus, e u é?



Vós me preguntades polo vosso amado?

E eu ben vos digo que é vivo e sano.

Ai, Deus, e u é?



E eu ben vos digo que é sano e vivo

e seerá vosco ante o prazo saido.

Ai, Deus, e u é?



E eu ben vos digo que é vivo e sano

e seerá vosco ante o prazo passado.

Ai, Deus, e u é?



El-Rei D. Dinis

sedia-m'eu na ermida de San Simion

sedia-m'eu na ermida de San Simion
e cercaron-mi as ondas que grandes son:

eu atendend[o]'o meu amigo,

eu atendend[o]'o meu amigo.
.

Estando na ermida ant'o altar,

cercaron-mi as ondas grandes do mar;

eu atendend[o]'o meu amigo,

eu atendend[o]'o meu amigo.


.
E cercaron-mi as ondas que grandes son:

nem hei i barqueiro nem remador;

eu atendend[o]'o meu amigo,

eu atendend[o]'o meu amigo.

.


E cercaron-mi as ondas do alto mar;

non hei i barqueiro nem sei remar;

eu atendend[o]'o meu amigo,

eu atendend[o]'o meu amigo.

.


Non hei i barqueiro nem remador:

morrerei eu, fremosa, no mar maior:

eu atendend[o]'o meu amigo,

eu atendend[o]'o meu amigo.
.


Nem hei i barqueiro nem sei remar,

e morrerei eu, fremosa, no alto mar:

eu atendend[o]'o meu amigo,

eu atendend[o]'o meu amigo.
.

Meendinho





Veja-se a repetição sistemática do refrão, ao serviço de uma dor crescente, que se vai tornando lancinante. Dor feita de ausência, de cuidado, de medo. Muito mais o medo de não se voltar a ver quem se ama, do que o medo de se perder a própria vida. A donzela, na Ermida de San Simion, talvez a mesma onde conhecera o seu 'amigo', talvez numa ocasião de romaria (recordo aqui o entusiasmo juvenil das meninas, cujas mães iam a San Simion de Val de Prados 'candeas queimar'), a donzela, dizia, sozinha, olha o mar, que se agita cada vez mais e, com ele, agita-se todo o seu ser de preocupação. As ondas crescem. O seu cuidado também. A maré sobe. A menina não tem 'barqueiro', nem sabe 'remar'. À conta disso, morrerá 'fremosa, no alto mar'. E lá vem o refrão novamente, morrerá 'atendend[o]' meu amigo'. No fundo, a sua morte não se deverá à subida da maré, pois há a percepção do perigo, não há, no entanto, a intenção de o evitar, pois algo maior prende a donzela àquele cais do fim: a ilusão ver tornar o amigo. No fundo, se o fim for funesto (o que não sabemos, já que há apenas uma projecção daquilo que poderá acontecer), a donzela morre de espera; de expectativa; de promessa. Morre de esperança, que, afinal, também mata.

Sunday, April 11, 2010

Tuesday, March 9, 2010

orpheus descending...(espero que este não seja um excerto repetido...)

"All that time, all that lonely time, I felt I was- waiting for something!"
"What for?"
"What does anyone wait for? For something to happen, for anything to happen, to make things make more sense... It's hard to remember what that feeling was like because I've lost it now, but I was waiting for something like if you ask a question you wait for someone to answer, but you ask the wrong question or you ask the wrong person and the answer don't come. Does everything stop because you don't get the answer? No, it goes right on as if the answer was given, day comes after day and night comes after night, and you're still waiting for someone to answer the question and going right on as if the question was answered. And then, well, then... You get the make believe answer."
"What answer is that... Love?"
"That's the make believe answer, it's fooled many a fool besides you an' me..."
Orpheus Descending by Tennesee Williams

Monday, January 11, 2010

bom 2010

“Through humor, you can soften some of the worst blows that life delivers. And once you find laughter, no matter how painful your situation might be, you can survive it.”