Furibunda, ela recusou-se aceitar o simples facto: deixara-o ao abandono e roubaram.
Era um maço de cigarros e um isqueiro verde que já vivia consigo há muito tempo. Os isqueiros perdem-se tão facilmente. Mas este perdurava na missão de lhe dar luz sempre que o procurava.
Olhava pela rua abaixo iluminada pelo sol de Domingo - indiferente e distante de tudo - numa vã esperança de reaver o que perdera. Como se neste universo, olhar para trás significasse migalhas para o que se perdeu encontrar de novo o seu caminho.
E de cada vez que perdia algo, repetia-se a história e os sentimentos que acompanham esse momento. Sempre a mesma omnipotência de que nunca lhe aconteceria a ela, sempre a mesma desilusão e descrença em tudo o que resiste à efemeridade.
E o astro Brilhando nessa rua como se de uma solidão nos campos de alcatrão se tratasse e fosse naquele momento a única pessoa com uma fenda no lugar da mente.
Sunday, November 18, 2007
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