Tuesday, May 22, 2007

Natureza Morta

Ontem, entre a discussão da necessidade do ensino da gramática, o modelo generativo e o seguinte que advém de Chomsky e quejandos (se isto não estiver correcto, a autora defende-se com a premente urgência que o seu cérebro teve de colocar uma revista à frente para saber que programas iriam dar na televisão, seu meio de alienação preferido) descobri uma pérola acabada de sair da ostra e passo a partilhar.
Sucede que esse fruto que dá pelo nome de Pêra quando passa a abundância, o seu acento perde-se. Naturalmente, pensei que não seria apenas a pêra em excessos que perderia o acento - quantos de nós ainda hoje procuram voltar a esse lugar onde perderam o circunflexo da vida? adiante - e identifiquei-me logo com o fruto da pereira.
Mas sosseguem as almas: não é preciso enviar o FBI atrás do acento nem abrir um fundo beneficiário para a pêra. E porquê?
Acontece que o dito fruto só é acentuado para se distinguir da preposição arcaica "pera". Daí que sendo uma prótese, não se sente muito a falta do acento.
Será?

2 comments:

Sara Carvalhal said...

A dúvida instalou-se...
Qual a relação de quem criou essa pérola com o belo do fruto?
É o acento circunflexo da pêra uma fraude? Ou quem quer acreditar nisso? A pêra? O responsável pela perda do acento?
Será que a relação entre o acento e a abundância do fruto traduz uma dificuldade inerente à selecção natural?
Ou, mais uma vez, um caso para psicoterapia?

mj said...
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