Para o leitor, o texto literário é um objecto impregnado de uma radical e fascinante alteridade. A sedução obscura da palavra poética, a intimidade do espaço de cumplicidade e enigma instaurado pelo exercício da interpretação, a submissão orgânica da leitura a uma ciclicidade que nela faz alternar os períodos de excitação, fulgor e cansaço, conferem à leitura do texto literário os contornos de um processo de investimento do desejo. A aprendizagem e o desafio da leitura literária podem constituir uma espécie de “ars amandi” de um sujeito sempre fazendo-se assimptoticamente como leitor, no exercício de uma tendência, sempre aquém da plenitude que o seu objecto, misteriosamente, exibe e sonega.
Bourdieu dizia: “Os livros mais activos são os que agem de inconsciente para inconsciente”.
[ aconselho a leitura deste artigo http://www.fcsh.unl.pt/invest/edtl/verbetes/D/desejo.htm
Thursday, October 7, 2010
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